sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Belo Monte receberá R$ 22,5 bi do BNDES


Ativistas do Greenpeace fizeram protesto em frente à Aneel, em abril de 2010, com o intuito de denunciar os problemas que Belo Monte trará para o Pará (©Greenpeace/ Felipe Barra)
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Mesmo que o desmatamento tenha caído entre agosto de 2011 e julho de 2012 para 4.656 quilômetros quadrados, questões de fundo ainda colocam em risco a floresta amazônica. Um deles é o plano do governo de explorar o potencial energético dos rios amazônicos a qualquer custo. A última sinalização de que Brasília não vai desistir deste propósito veio por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que ontem anunciou um empréstimo de R$ 22,5 bilhões para a usina de Belo Monte.
Isto representa quase 80% do valor total do empreendimento, estimado em R$ 28,9 bilhões. O empenho dos burocratas do setor elétrico em levar Belo Monte adiante fica evidente: este é o maior investimento feito pelo banco em toda a sua história. E não nos devemos esquecer que os recursos do BNDES são públicos, ou seja, são meu, seu, nosso. Mas a nossa voz não é considerada.
Ricardo Baitelo, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace, observa que, se esse mesmo montante de recursos fosse aplicado em parques eólicos, se chegaria aos mesmos 4 mil megawatt médios de energia previstos para Belo Monte produzir. “Priorizar a produção de energia hidrelétrica na Amazônia é um erro estratégico. Atualmente, há tecnologia e escala para se gerar energia a partir de fontes limpas e renováveis”, destaca.
Estima-se que Belo Monte afetará 40 mil pessoas, entre ribeirinhos, indígenas e habitantes das cidades situadas no entorno da hidrelétrica. Grandes projetos de infraestrutura são historicamente grandes incentivadores da ocupação e do desmatamento irregulares da Amazônia. Quando o plano é feito sem cuidado com premissas socioambientais, o estrago está feito.
A usina é a ponta do iceberg dos planos oficiais, porém há cinco em construção ou em planejamento no momento: o governo federal planeja construir mais 23 em vários pontos da bacia amazônica. No total, essas 29 hidrelétricas representarão 38.292 MW.
Postado por Ximena Leiva

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