Foto: Wilson Dias/ABr
Parentes aguardam no Centro Desportivo Municipal para identificar corpos das vítimas
Familiares iniciaram, no final da tarde deste domingo (27/1), o velório dos mortos no incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul.
O velório coletivo está sendo realizado em um ginásio do Centro Desportivo Municipal, ao lado do pavilhão para onde os corpos retirados da casa noturna foram levados.
No local, também ocorreu a identificação das vítimas. Além da movimentação de familiares e amigos, muitos voluntários caminham pelo local, distribuindo água e comida.
A maioria dos mortos na boate era de jovens, já que a cidade abriga várias instituições de ensino superior. Muitos deles morreram por asfixiamento por inalação de fumaça tóxica.
O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação do incêndio, informou que um dos três proprietários do estabelecimento ainda não foi localizado pela Polícia para dar depoimento e outro já foi ouvido. "Um deles foi ouvido, e outro desapareceu", disse o delegado, sem detalhar o teor do depoimento.
Meinerz afirmou ainda que um dos integrantes da banda que tocava no estabelecimento - cuja apresentação supostamente teria dado origem ao incêndio, durante espetáculo de pirotecnia - foi ouvido pelos policiais que investigam o caso. Ele não forneceu detalhes desse depoimento porque não acompanhou o testemunho do músico. Outro membro da banda morreu no incêndio.
Os integrantes da banda podem ser indiciados por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. "Doloso não, culposo sim. É culpa de quem usou a pirotecnia. A banda sim (poderá ser indiciada), porque a atuação deles é que deu vazão ao incêndio e é preciso checar se eles podiam fazer aquilo ou não", afirmou o delegado em entrevista à Agência Estado.
Segundo Meinerz a faísca do sinalizador utilizado no palco pela banda foi puxada pelo exaustor da boate e isso causou o incêndio por cima da espuma, o que pode ter gerado fumaça tóxica.
De acordo com a Defesa Civil, outras 117 pessoas ficaram feridas no incêndio. O Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul informou que o alvará de funcionamento da boate estava vencido, mas em processo de renovação e que o local tinha instalações de prevenção a incêndios, o que permitia seu funcionamento.
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