sábado, 23 de novembro de 2013

A CARA DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO BREJÃO - MA

Transamazônica vira pista de exercícios para moradores de Pacajá


Encontramos, em vários pontos da Transamazônica, pessoas vestidas com roupas de academia e um boné para proteger do sol. Elas estavam fazendo exercícios no acostamento da rodovia, diante de carros em alta velocidade (quando o trecho é asfaltado, claro). Vimos o primeiro cenário do gênero no Piauí, mas não conseguimos parar o carro para conversar com essas pessoas. Ficamos com isso na cabeça, perguntando intimamente o motivo para elas estarem ali, se arriscando. Vale lembrar que em alguns pontos da Transamazônica asfaltada, o acostamento é estreito, o que aumenta ainda mais o risco de atropelamento.

Na cidade de Pacajá (PA), voltamos a ver o cenário de academia esportiva às margens da rodovia. Desta vez conseguimos um espaço para estacionar o carro com segurança, sem colocar em risco essas pessoas e nem os motoristas que trafegavam pelo local.
Abordamos um grupo de mulheres, com idades variadas. Todas pareciam bem concentradas nos exercícios, movimentando os braços durante a caminhada. Elas até tomaram um susto quando descemos do carro para falar com elas.
O chocante da história foi a revelação que uma delas nos fez. Todas ali atuavam na área da saúde de Pacajá, portanto, sabem que o exercício é uma boa medida para se manter saudável e prevenir uma série de problemas para o corpo, principalmente o sedentarismo e suas consequências. A revelação foi a de que a cidade não oferece espaço algum para a prática de exercício. E parece que muitos moradores concordam com isso, pois o movimento de vai e vem de pessoas pelo acostamento era intenso.
Leandra Silva de Souza, 26 anos, a mais jovem do grupo de abordamos, trabalha como agente de endemias na cidade. Ela me disse que não tem medo de ficar na estrada e só fez essa escolha porque não há espaço adequado em Pacajá para fazer exercício, principalmente por causa do movimento intenso de carros pela cidade e a falta de asfalto por lá.
A amiga dela, Maria Aparecida Pereira, 38 anos, técnica de enfermagem na cidade, disse que sempre faz a caminhada na Transamazônica depois do expediente. A professora Sebastiana Gomes, 48 anos, disse que corre e anda no asfalto da rodovia, mas que a intensidade do exercício depende do horário que consegue sair do trabalho e do cansaço após o expediente.
Iranilde felix de Souza, 32 anos, agente de saúde, disse que o percurso que as amigas fazem é de quatro quilômetros. Dois de ida e dois de volta.

Elas pareciam felizes com a atividade esportiva, mas ao mesmo tempo ansiosas por um espaço adequado dentro da cidade de Pacajá, com segurança.

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