São Francisco do Brejão chega a sua moiridade (18 anos )
"18 Anos de Covardia e perseguição política."
Uma das formas mais comuns de se penalizar o servidor público que não
“se alinha”, que “não compactua” com as ações desmedidas de politicagem
de um administrador, é a perseguição política aplicada para que sirva
de exemplo aos demais, forçando-os a se calarem.
A perseguição política é uma das formas mais covardes de se manipular
e pressionar os servidores, sendo a remoção e a transferência um jeito
velado de se perseguir. Não podemos expor nosso ponto de vista e
manifestarmos qualquer opinião que venha a desagradar os que estão no
poder.
Somos feridos em nosso direito de ir e vir, quando nos forçam a negar
as nossas opiniões e idéias, ou seja, deixamos de ser livres, uma vez
que tornamo-nos prisioneiros de um sistema opressor, que determina, como
verdade, aquele ditado popular: “manda quem pode e obedece quem tem
juízo”.
A perseguição política é um tipo de ato que caracteriza um caráter
inseguro e fraco. Seria pedir demais, deixar qualquer cidadão livre para
escolher de que lado quer estar? Talvez essa seja uma proposta
assustadora para muitos governantes que não sabem conquistar ou tolerar
contrários.
Indigna-nos constatar o fato de que tem administradores públicos que
gastam tanta energia investindo em medidas punitivas para os seus
subordinados, quando seria mais inteligente devotarem tempo e atenção
para motivar, incentivar, qualificar cada trabalhador, para que estes
possam sentir-se mais valorizados e respeitados.
Exemplifico. Olhemos para as guerras no Oriente Médio. Até hoje,
resultaram apenas em sofrimento, dor e ódio mútuos entre os
protagonistas. As guerras não conduzem à paz! Plantam a discórdia e a
confusão. Judeus e palestinos jamais colherão a tranqüilidade e o amor
enquanto instituírem a beligerância como tentativa de solução de suas
diferenças.
Precisam mudar de estratégia, avançar nos acordos, na diplomacia, no
respeito. Guardadas as devidas proporções, assim também ocorre no
serviço público, onde muitos líderes comandam a repressão, a perseguição
política a cidadãos que divergem de suas ideias.
Agem com truculência, crueldade e covardia usando da influência e do
poder que a máquina pública lhes oferece, para silenciar, tirar do
cenário, ou exterminar os que, democraticamente, optaram por não se
alinhar aos seus projetos político-partidários. Como conseqüência,
recebem mais animosidade e o pior, se até então as diferenças
limitavam-se a esfera político-partidária, a partir de então, adentram o
campo pessoal.
Adquirem inimigos! E nesse círculo vicioso, não apenas as partes
envolvidas saem perdendo, mas toda uma comunidade, todo um serviço
público perde em qualidade por não dispor de servidores competentes
(estes, foram demitidos e/ou desencorajados a continuar no trabalho) ou
de servidores motivados que dão o melhor de si.
Historicamente, desde os tempos da escravatura, tentam aprisionar os
pensamentos e as idéias contrárias, mas nunca conseguiram e jamais
conseguirão; massacravam o corpo, mas o espírito de suas vítimas estava
ali gritando, reagindo. Ninguém é superior num contexto em que fazemos
parte de uma mesma humanidade.
A espécie humana é uma só. Precisamos, urgentemente, aprender mais
sobre o respeito mútuo. Fico espantado ao ver que existem pessoas tão
ingênuas, especialmente na administração pública, que se acham
imbatíveis, super poderosas. Será que não param para refletir que tudo é
passageiro? Que tudo passa? Inclusive o poder que julgam ter sobre os
outros? A morte é a única certeza que temos.
É uma pena vê os nossos representantes andando na contramão da vida.
Vivem cercados de pessoas fingidas e interesseiras. São os “amigos” do
poder, para não chamá-los de bajuladores! É um perigo essa gente! É
atenciosa, prestativa, humilha-se e expõe-se ao ridículo constantemente,
achando que esse comportamento é exemplo de fidelidade.
Não “arreda do pé” de seu “chefe”, enquanto este está no poder, é
claro. Mas, quando percebe que o “chefe” está perdendo o prestígio ou
finalizando mandato, vira as costas e torna-se o pior inimigo do antigo
“ídolo”.
Certa vez, ouvi alguém dizer que “é melhor puxar saco do que puxar
carroça” e fiquei a refletir, concluindo que, quem assim age não tem
princípios, nem opiniões próprias, é uma pessoa frívola, sem
personalidade, que se pode manejar à vontade, um títere. Ama o poder e,
por isso valoriza quem o detém.
No entanto, nem sempre poderá andar de cabeça erguida nem de
consciência tranqüila, pois inegavelmente, compactua, aplaudindo ou
exercendo como uma marionete, as injustiças e desmandos. É
impressionante como o poder e o dinheiro interferem no comportamento de
certas pessoas, transformando-as em seres frios, sem sentimentos e
emoção.
Elas ficam como que dependentes, já não conseguem mais viver sem
estar no poder e lutam de todas as maneiras para manterem-se em qualquer
cargo de mando. É como um vício, depois que experimentam, passa a
querer sempre mais, custe o que custar.
São seres que não conseguem desfrutar das alegrias de coisas simples,
não sabem servir, não sabem agradecer, sequer conseguem cumprimentar
alguém com verdadeira, repito com verdadeira simpatia.
Por Márcio Siqueira
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