quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Prefeitos reclamam do novo piso do magistério


Chefes de executivos municipais calculam um impacto de R$ 7 bilhões nos cofres públicos

BRASÍLIA – O novo piso salarial dos professores da rede pública no valor de R$ 1,4 mil, anunciado na segunda-feira (27) pelo Ministério da Educação e a divisão dos royalties do petróleo beneficiando inclusive estados não produtores pautaram o encontro de centenas de prefeitos em Brasília, nesta terça-feira (28), reunidos para discutir metas e estratégias de ações dos municípios em 2012.

No mesmo horário, governadores de estados não produtores de petróleo se encontraram com os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT), e do Senado, José Sarney (PMDB), apelando para que o Congresso vote logo a nova divisão dos royalties, texto aprovado pelos senadores e pronto para entrar na pauta de votação pelos deputados. Nenhum governador ou representante de estados exploradores de petróleo, que são contrários à redistribuição dos recursos, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, participou da reunião.

Do lado dos prefeitos, a preocupação com a lei do piso dos professores é antagônica. Ao mesmo tempo em que defendem melhores remunerações para o magistério, reclamam de um impacto estimado de cerca de R$ 7 bilhões nas contas das prefeituras, receita que os municípios não teriam capacidade de gerir para custear a folha de pagamento dos professores da rede municipal.

“Queremos a valorização do magistério, mas numa proporção que seja adequada aos cofres das prefeituras”, afirmou o superintendente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Gustavo Persichini, presente no encontro. “É uma conta perversa e o cálculo precisa ser revisto”, completou.

Já os governadores que estiveram no Congresso com Marco Maia e José Sarney trataram a divisão dos royalties como a tábua de salvação das contas dos estados, como se ela fosse capaz de engordar os cofres que andam magros para suprir tantas despesas. Alguns deles, porém, demonstraram no encontro uma preocupação com o questionamento do texto originário do Senado possa ter no Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de questionamento.

“Eles (governadores) acham que a solução é pegar royalties do pré-sal, mas isso é uma ilegalidade e o Rio de Janeiro não pode pagar por um pacto federativo que não funciona”, declarou o senador Marcelo Crivella (PRB), único representante fluminense no encontro. “Não é a solução de Minas, como de outros estados, mas já é um ponto favorável”, reiterou o governador de Minas, Antonio Augusto Anastásia, para quem os estados produtores não podem perder com a nova divisão. “Mas o que vier a mais no futuro deve haver a partilha maior para os outros estados”, diz.

O presidente da Câmara, Marco Maia, afirmou após o encontro que para colocar o texto em votação é preciso liberar a pauta e construir um acordo político, inclusive com uma mobilização dos estados.


Tags: prefeitos, reclamam, piso, magistério, impacto, cofres

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Educação: notícias de uma guerra particular




Leio duas notícias distintas sobre educação hoje:

  1. A menina Alexa González, de 12 anos, foi levada algemada por policiais de sua escola em Forest Hills (Queens, Nova Iorque) acusada de ter riscado sua carteira escolar. Por ter escrito “Quero bem a meus amigo Abby e Faith” e “Lex esteve aqui”, Alexa ficou presa por duas horas numa delegacia de polícia e depois foi condenada a 8 horas de trabalho comunitário por uma Corte de Família.
  2. No Rio, a diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello foi agredida a socos e pontapés, além de ameaçada de morte, após tentar separar briga entre alunos. Um grupo de dez “estudantes” espancou a diretora, quebrou vidraças, destruiu computadores, arremessou carteiras, destruiu os arquivos da escola e tocou fogo em lixeiros. Uma viatura da polícia só apareceu no dia seguinte, depois de muita insistência da 2ª Coordenadoria Regional de Educação.

Eles até podem estar exagerando por lá. Mas aqui a gente exagera mais…

Escola tradicional X Escola nova




Por incrível que pareça, estamos no ano 2012, passaram-se 80 anos do início do movimento educacional Escola Nova , no entanto ainda vemos a imagem da Classe A, retratada na imagem acima, em salas de aula, quando sabemos que a aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.
O movimento da Escola Nova uniu educadores de vários pontos da Europa e da América do Norte e, aos poucos, foi-se estendendo para muitos países de outros continentes.
Apesar de educadores contemporâneos serem agrupados como uma totalidade, é evidente que os caminhos percorridos por cada um deles, as avaliações realizadas e as propostas alternativas construídas eram singulares e diferenciadas.
Alguns pontos comuns do movimento:
• A crítica à escola tradicional – aos conteúdos preestabelecidos, hierarquizados e dissociados da realidade dos alunos e aos seus métodos de ensino ultrapassados;
• A construção de uma concepção de criança e de aprendizagem distinta da tradicional;
• A crítica ao trabalho escolar que era feito para a escola e não para a aprendizagem e formação da criança;
• A organização de experiências pedagógicas alternativas;
• A luta pela inserção nos sistemas educacionais destas novas práticas;
• A elaboração de materiais de ensino concretos e diversificados;
• As sugestões para a reorganização de espaço da sala de aula e dos tempos de trabalho escolar;
• A proposição de novas formas de organização do ensino;
• A profissionalização da tarefa educativa com a organização dos educadores em sindicatos e associações docentes;
• A crítica a uma escola que tinha as lições como centro da rotina escolar;
• A utilização do método científico na escola (observação, hipótese, verificação, conclusões ou lei geral).
Os fundadores da Escola Nova como Ovide Decroly, Maria Montessori, John Dewey, Célestin Freinet e outros, fizeram uma profunda crítica à escola tradicional, problematizaram o papel do educador, do educando, da organização do trabalho pedagógico e construíram um compromisso com a transformação da escola. Os escolanovistas procuraram criar formas de organização do ensino que tivessem as seguintes características: a globalização, o interesse imediato do aluno, a participação dos alunos e da comunidade, uma reorganização da didática e do espaço da sala de aula. Nestas experiências vamos encontrar vários tipos de caminhos como: as unidades didáticas, os centros de interesse e os projetos.

A Escola e a Informática




Quando o computador pessoal e a internet se popularizaram no Brasil, há pouco mais de dez anos, muitos festejaram as maravilhas que essas tecnologias trariam para a educação. Ao mesmo tempo, outros gritavam alertas para o perigo de se substituir professores por máquinas. Hoje essa discussão não faz sentido. Está claro que o PC pode somar (e muito) dentro da sala de aula, o Ministério da Educação já instituiu a Informática como disciplina do Ensino Fundamental e a internet, com tantos caminhos possíveis, é uma arma educacional poderosa - se bem direcionada. O desafio, tanto para professores quanto para pais e estudantes, está em acertar a direção.

"Não se trata de falar de benefício ou de malefício. O uso da informática na educação é uma questão de cidadania, sendo crucial que sejam todos tecnologicamente incluídos", analisa Gilberto Lacerda, PhD em Educação e doutor em Psicologia. Segundo ele, está cada vez mais fácil levar um computador para as escolas, mesmo sendo o cenário nas particulares incomparavelmente mais evoluído que nas públicas.

"Muito mais difícil é alunos e professores fazerem um uso inteligente desse aparato tecnológico", aponta. Mas como seria o uso inteligente dessas tecnologias? Para educadores e especialistas consultados pelo Correio, o computador e a internet são ferramentas de auxílio ao ensino da disciplinas e assim devem ser usados. "O professor deve saber se beneficiar da tecnologia pois ele ainda é o articulador de tudo dentro da sala de aula", avalia a gerente de tecnologia educacional do grupo Positivo, Elaine Getter.

"A concepção mais correta da utilização da informática é quando o aluno a usa para aprender as matérias, não importando se ele sabe mexer na máquina", reforça o assessor de tecnologia da informação da Secretaria de Educação do DF, Valdir Moizinho. "Comparo o computador a um lápis. Um lápis superpoderoso, mas ainda assim uma ferramenta que não substitui o professor e o estudo", diz o diretor dos portais educacionais Positivo, Samuel Lago.

Dessa forma, aparecem, aos poucos, exemplos de vantagens claras da informatização do ensino. Da simples prática de digitação de uma redação manuscrita ou a feitura de uma planilha de matemática à criação de jornais, construção de páginas na internet e projetos interdisciplinares que exploram a criatividade dos alunos.

"Já foi observado claramente que alunos faltosos e desinteressados se animam com atividades com informática", afirma Valdir Moizinho. No DF existem 124 laboratórios de informática. Ainda é pouco para as 600 escolas do ensino públi-co, mas já fazem diferença para centenas de alunos. "Depois que falamos que tinha internet na escola, mamãe deixou a gente chegar mais cedo todos os dias para pesquisar", narra a estudante do Centro Educacional 02 de Brazlândia, Tamires Piassi, de 11 anos. Ela e o irmão Thiago Piassi, que moram na zona Rural Incra 6, descobriram uma nova rotina quando a escola em que estudam liberou o acesso monitorado à Internet. "No começo eu nem sabia mexer direito no mouse, achava tudo meio difícil", conta Tamires.

Já para Rafãl Câmara, de 15 anos, estudante do 2º ano do Centro Educacional Sigma, a internet no colégio não chegou a ser uma novidade, mas também fez diferença. Por meio do portal do site do colégio, obtém uma série de informações sobre os estudos. Dos conteúdos para provas específicas das disciplinas a uma série de sugestões de links e material extra para um estudo mais aprofundado para o vestibular. "Facilita demais a vida dos alunos interessados", garante o estudante.

Portal educacional

O site do Sigma é ligado ao Portal Educacional (www.educacional.com.br), que serve a centenas de escolas no Brasil e tem conteúdo direcionado ao ambiente escolar e atinge quase meio milhão de usuários. Este e outros portais e páginas educacionais, como o Aprendiz (www.aprendiz.com.br), o Portal Positivo (www.portalpositivo.com.br) e o Universia (www.universia.com.br), procuram indicar um rumo certo para estudantes dentro das milhares de opções disponíveis na internet. No colégio Galois, foi inaugurada a Eschola.com, em que pré-vestibulandos fazem cursinho totalmente pela internet, com exercícios e tira-dúvidas online - e a preços mais acessíveis que o convencional.

"A internet pode revolucionar o ensino, tendo em vista as possibilidades de comunicação e de interatividade que ela permite. Tem potencial para revolucionar a educação justamente porque impõe, por ela própria, uma nova modalidade de leitura, novos modos de produção do conhecimento, de compartilhamento de informações. No entanto, o uso da web é ainda embrionário em termos educativos", analisa o educador Gilberto Lacerda.

"Um dos desafios dos educadores é fazer os estudantes transitarem com qualidade, informação e senso crítico na web", afirma Samuel Lago. Para a orientadora de ensino médio do Sigma, Fabiana Puttini, os alunos mexem na internet, mas de forma errada. "A orientação do Portal e dos professores é indispensável".

Com boas dicas, de fato não é difícil encontrar bons usos da internet. Caso do site governamental Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br), que põe à disposição milhares de obras literárias, fotografias e vídeos para download gratuito. No Do-ce de Letra (www.docedeletra.com.br), há literatura e, no Jangada Brasil (www.jangadabrasil.com.br), muitas informações culturais sobre o país. Exemplos concretos de que o uso correto da informática leva ao crescimento do aprendizado - e sem contra-indicações.

Fonte: Correio Braziliense

BOA NOTÍCIA PARA OS PROFESSORES


O Ministério da Educação divulgou na tarde desta segunda-feira (27) que o piso salarial nacional dos professores será reajustado em 22,22% e seu valor passa a ser de R$ 1.451,00 como remuneração mínima do professor de nível médio e jornada de 40 horas semanais. A decisão é retroativa para 1º de janeiro deste ano.
Segundo o MEC, a correção reflete a variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de 2011, em relação ao valor de 2010. O piso aplicado em 2011 foi de R$ 1.187, e em 2010, de R$ 1.024.
A aplicação do piso é obrigatória para estados e municípios de acordo com a lei federal número 11.738, de 16 de junho de 2008. Estados e municípios podem alegar não ter verba para o pagamento deste valor e, com isso, acessar recursos federais para complementar a folha de pagamento. No entanto, desde 2008, nenhum estado ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim.